Blog

Blog de Barão

de Barão
“Machadinho fecha toda a cadeia produtiva da erva-mate”, Altair Rufatto
10 de mayo de 2022
Plantação de erva-mate Cambona em Machadinho

Do plantio das mudas à exportação da erva-mate industrializada: todas as fases que acontecem em Machadinho expressam o orgulho do projeto, que é resultado de um trabalho desenvolvido em equipe.

Escolhemos a fala de Altair Rufatto para intitular esse artigo, justamente por ser uma frase carregada de sentimentos. Você não vai terminar essa leitura sem entender o porquê!

No dia 28 de maio, o município completa 63 anos. Aqui na Barão, falar de Machadinho/RS é sentir o gosto dos mais de 30 anos da história da Cambona.

Que tal preparar a cuia e conhecer todos os capítulos que fazem desta uma narrativa tão especial?

O pai da Cambona

A história da erva-mate Cambona começa em 1988 e está no pioneirismo do experimento do produtor Theodoro Mendes da Fonseca, chamado carinhosamente de Seu Dorinho.

Assim que avistou as folhas da Cambona pela primeira vez, Seu Dorinho sentiu que elas eram diferenciadas e tinham potencial para resultar em um chimarrão sem igual.

O produtor não exitou: colheu as sementes, marcou, fez mudas, plantou e foi o primeiro a provar de um sabor suave.

Enquanto plantava sementes a partir da erveira mãe e ia colhendo filhas idênticas, o produtor aguardava a oportunidade perfeita de ver as folhas espalhadas por muito mais cuias.

Em 1996 a oportunidade se apresentou. Ela veio com a chegada da Cooperativa Agrícola Mista Ourense (Camol) a Machadinho.

Um novo capítulo, cheio de amor à tradição, estava pronto para ser escrito! Quando apresentou erva-mate diferenciada à direção da Camol, na verdade o que Seu Dorinho estava fazendo era plantar a semente do trabalho em conjunto.

Uma das maiores provas disso está na parceria entre Embrapa Florestas, Emater-RS-Ascar, Apromate, URI campus Erechim, Prefeitura de Machadinho e Camol. 

No ano de 1996, essas foram as instituições que uniram forças para realizar estudos técnicos e econômicos sobre a Cambona. 

“Testamos esse material separadamente e comprovamos que o sabor era muito suave para chimarrão de erva a pleno sol, trazendo uma resposta totalmente contrária ao que se dizia na época, de que erva plantada, não dava chimarrão que prestava”, conta Rufatto.

A URI campus Erechim então replicou os DNA’s de macho e fêmea, além de criar 14 clones de fêmea.

Dos 14 clones, a variedade que mais se destacou pelo sabor suave foi a 4. A espécie foi batizada de “Cambona 4”, sendo o número 4 a referência à planta.

Já “Cambona” é uma alusão ao tipo de chaleira que os gaúchos, principalmente os tropeiros, usavam para ferver a água para preparar o chimarrão.

Tradição, suavidade e alta brotação poderiam ser os ingredientes de uma receita de chimarrão perfeito, mas este aqui ainda tem um toque especial para a Barão.

Visita especial

Água quente, erva-mate para todos os gostos e uma roda de chimarrão sempre pronta para receber os amigos.

Quem já passou pela Barão sabe que essa é a nossa tradição. Em 1994, tivemos um dedo de prosa aqui na nossa indústria com o Altair Rufatto.

Entre uma cuia e outra, ele nos contou sobre a vontade que tinham de montar uma ervateira em Machadinho.

Nosso fundador Etelvino Picolo estava nessa roda e uma das suas falas é lembrada até hoje pelo Altair.

No que vocês precisarem de nós, estaremos aqui para ajudar. Essa fala do Seu Etelvino foi muito importante porque nos deu incentivo e ainda deixou as portas abertas para uma parceria que veio se consolidar em 2012”, destaca.

A história tem muitas voltas e com a Cambona não é diferente. É que, embora a ideia de uma ervateira em Machadinho tenha sido concretizada em 1997, em 2012 foi preciso lutar pela continuidade do projeto.

“A Cooperativa passou por um momento difícil e precisamos buscar uma parceria. Desde 1997 vivemos muitas coisas com a Barão e não tivemos nenhuma dúvida em escolher a indústria para nos ajudar a continuar tocando o projeto”, enfatiza Rufatto.

Foi assim que, desde 2012, passamos a comprar e industrializar os frutos gerados pela Cambona 4.

A Cambona hoje

Não é só o sabor da Cambona que impressiona. O projeto também tem números e conquistas de encher a cuia!

“Hoje temos 9 clones produzindo sementes das quais são feitas mudas que são repassadas aos nossos produtores. A matriz e o macho da Cambona 4 também seguem rendendo frutos”, destaca.

  • São 535 produtores envolvidos;
  • Em torno de 400 hectares plantados;
  • 2 milhões de quilos de erva-mate sendo secados por ano.

A semente da cooperação, plantada no início do projeto também segue se propagando. Tanto que o Machadinho Thermas, tradicional resort da cidade, tem a Cambona 4 como base da culinária oferecida aos hóspedes.

O hotel também oferece passeios aos seus hóspedes, para que possam conhecer o projeto. Com isso, o sabor da Cambona chega cada vez mais longe.

E por falar em chegar longe, em 2020, o Sistema Agroflorestal da Cambona 4 foi reconhecido pelas Nações Unidas como um dos projetos mais transformadores para a sustentabilidade.

Os planos para a Cambona 4 não param! Neste momento, a Cargil, a Associação e a Barão trabalham juntas para implantar mais mil hectares de Cambona 4 no sistema agro-florestal de Machadinho, até 2024.

Deu para sentir o tamanho do nosso carinho por Machadinho e pela Cambona 4?

Por ser a semente que prova que ninguém faz nada sozinho, ela terá sempre um capítulo especial em muitas histórias, inclusive na nossa!

voltar